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FOTOS BY FÁBIO ROSSI |
Navegando em outros mares, descobertos entre as viagens de “Gonzagão
–A Lenda” e “Ópera do Malandro”, a Cia. Barca dos Corações Partidos abre sua
arca de sonhos musicais na surpresa
teatral/coreográfica de AUÊ.
Com vinte e uma canções inéditas autorais, sete
atores/cantores/bailarinos provam que
ainda há instantes de inusitado presságio pela redescoberta da originalidade
de um musical a brasileira.
E que falar de amores à moda antiga, daqueles de "corações
partidos", extravasados entre evocações
líricas e repiques bem humorados , é capaz , sim, de provocar incêndios na ocupação dramatúrgica . Ou de arrastar espectadores para
viagens pelos espaços siderais da mente.
Quando uma emoção estética, de carisma e empatia, é direcionada numa arrojada proposta cênica. De trajetória sem fronteiras - música /teatro / dança/ performance/ circo/ ,
no imanente lastro da arte popular nordestina.
Mérito de um elenco no
seu alcance dos contornos artísticos
possibilitados por um inspirado repertório de canções próprias ( Adren Alves,Alfredo Del-Penho,Beto Lemos,Fábio
Henriquez, Eduardo Rios,Renato Luciano,Ricca Barros,mais o músico convidado,
Rick de La Torre).
Na envolvência extrovertida de um cancioneiro de serestas , maracatus, baião, cocos, sambas e rocks regionalizados.
Na envolvência extrovertida de um cancioneiro de serestas , maracatus, baião, cocos, sambas e rocks regionalizados.
Enérgico, tanto no domínio das nuances diferenciais de vozes
masculinas (com direito até a brincadeiras com tessituras operísticas), como na
visível unidade interpretativa. De instintiva musicalidade, sob um dúplice comando sonoro/arranjos
(Alfredo Del Penho/Beto Lemos).
Além do manejo artesanal da diversidade de instrumentos (
sopros, percussão e cordas), investindo em posturas reveladoras, a partir de
uma intrépida gestualidade coreográfica. Capaz no seu singular manuseio, de abrir
novas perspectivas formais para nossos palcos musicais.
Há que se mencionar, também, a funcionalidade da iluminação(
Renato Machado) , de contrastes entre claridades e cores. E figurinos, em
tecidos de transparente leveza, irradiantes na espontaneidade da performance no
referencial circense de uma arena/picadeiro ( Kika Lopes).
Num espetáculo de tantos acertos, ao belo desempenho coletivo,
há de se juntar a força impulsionadora deste intensivo fluir de atitudes
criadoras, a concepção mor de Duda Maia.
Que , na sua competência diretora, soube favorecer a
liberdade da representação, em favor de uma invenção cênica, surpreendente pela sua luminosidade, exponencial pelo que traz de novo.
AUÊ está em cartaz no Espaço Sesc /Copacabana, terça a sábado, às 20h30m;domingo, às 19 h. 80 minutos. Até 31 de Janeiro.
Nova temporada no Teatro dos Quatro, Gávea, sexta e sábado, 21h;domingo, 20h. Até 19 de junho.
Nova temporada no Teatro dos Quatro, Gávea, sexta e sábado, 21h;domingo, 20h. Até 19 de junho.
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