FOTOS/ANA BRANCO/FELIPE PANFILI |
O vampirismo, tema recorrente desde sua primeira citação na
literatura latina ( “A Vida de Apolônio”)
com ecos romantizados em Keats , Byron e Gautier, passando por Baudelaire
e Allan Poe, até a sua obra
referencial por excelência, o Drácula
, 1897, de Bram Stocker.
Não esquecendo o cinema (
Murnau e Herzog) , as visões ficcionais com olhar contemporâneo( Anne Rice e Stephenie Meyer), series televisivas e jogos virtuais. E sem deixar
de lado o irônico terrir de Ivan
Cardoso(As Sete Vampiras,1986) e a novela global
que inspira o musical de similaridade titular – Vamp.
Outra vez, o fio condutor
da ancestral fixação humana em torno do pós túmulo com seus espectrais
mortos/vivos promovendo viagens de mágico assombramento pelos espaços siderais da
mente. Conceitualizada no seu psicologismo de sangue avermelhando criaturas e ambientes e na sexualidade como troca e rapinagem de nossas energias.
Mas aqui, com um olhar bem humorado, com seu pânico risível,
de instantânea e lúdica comunicação, fórmula que fez da novela, de 1991, um
dos maiores sucessos da televisão brasileira
.
E que busca na sua versão musical para os palcos repetir a
mesma vitória popular de vinte e seis anos atrás, com o roteiro e concepção
cênica de grande parte da equipe original como Antônio Calmon( roteiro),Jorge
Fernando (direção geral),José Cláudio Ferreira( cenografia) e Lessa de
Lacerda(figurinos) ,além do protagonismo estelar de
Ney Latorraca e Cláudia Ohana.
Mas se paralelamente há um invejável investimento na produção
teatral, com direito inclusive a inusitados efeitos especiais via sobrevoos
sobre a platéia, interferências visuais e sonoras palco/público sob enfático desenho de luz(Maneco Quinderé) e um artesanal visagismo(Martin Macias), é perceptível
o desacerto da incursão dramatúrgica.
Através de sua dispensável e dispersiva inclusão da maioria dos personagens e situações,de uma extensa narrativa novelesca(150 capítulos), condensada em pouco mais de duas horas,
desconcentrando e desorientando o público no seu foco sobre a trama principal.
Prevalecendo, entre altos e baixos, tanto o convencional score musical de Tauã Delmiro/Tony Lucchesi
como a pouca ousadia das investidas coreográficos de Alonso de Barros, remissíveis
no simpático referencial Polanski (Dança dos Vampiros) e na gestualidade
pop/sambista imprimida ao Michael Jackson
Thriller.
Onde os poucos e merecidos destaques ficam com o forte
presencial dos personagens de Evelyn Castro ( Mrs. Penn Taylor, a caça
vampiros), Pedro Henrique Lopes ( o
mordomo Gerald) e mais Cláudia Netto
( Madrácula) com episódicos momentos para exibir seu extensivo potencial
cênico/vocal.
A convicta e segura
construção do papel da vampira/roqueira de
Cláudia Ohana, embora quase limitado no brio da entrega musical , privilegiou sua alteridade dialetal/protagonista, entre variantes nuances, do convencimento à envolvência; enquanto o exaltado carisma do reencontro
de Ney Latorraca com o Conde Vlad, acaba tornando-o absoluto no domínio cênico e na cumplicidade com os espectadores.
Pela falta de concisão
do roteiro dramatúrgico, com perceptível queda do ritmo entre linguagens diferenciais (tv>palco) , a direção conjunta( Jorge
Fernando/Diego Morais) foi confrontada pelo desafio da busca da organicidade estético/teatral.
Que no enfrentamento de um elenco numeroso(36 integrantes,entre atores/cantores/músicos/bailarinos) e no descompasso da simultaneidade de
uma “rede de intrigas” se, por um lado, na veia rendeu
excitantes mordidas, de outro , fez o provocativo sangue
se perder...
Wagner Corrêa de Araújo
VAMP - O MUSICAL está em cartaz no Teatro Riachuelo/Centro/RJ, quinta e sexta às 20h30m; domingo, às 18h. 130 minutos. Até 04 de Junho.
Um comentário:
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