Histórias do Porchat. Texto/direção/atuação-Fábio Porchat. Julho/2022. Foto/divulgação. |
Rir é a melhor terapia para tempos adversos e, mais que isto,
de perspectivas temerosas diante de tantas insanidades que, antropofagicamente,
somos forçados a digerir cotidianamente sob a atual (des)governança.
Reflexão especular a propósito da potencial envolvência do
espetáculo, em formato de stand-up, por Fabio Porchat, Histórias do Porchat - em cartaz até o último final de semana de agosto, no Teatro
Casa Grande.
A ironia inteligente e a pulsão carismática deste artista dos palcos, sempre marcando presença das telas televisivas e cinéticas às redes virtuais, transformam em fábulas de humor atribulados episódios de um viajante.
De uma Paris onde ''certamente seria melhor ter ido em
maio" a imperceptíveis Lençóis Maranhenses, entre um distúrbio estomacal no Nepal à submersão
na rua alagada defronte ao Jardim Botânico, são muitas e muitas outras risíveis
aventuras com um sotaque de teatro do absurdo.
Com energizado gestual, Porchat dispara palavras como tiros sequenciais, usados não para incitar a violência como andam querendo por aí, mas para atingir o alvo certo da esperança e da fé, através do riso que diverte e faz refletir.
E que abertura tocante, em compasso de espontâneo
prólogo, provocando espectadores que
nunca souberam, ou mal supunham, sobre o enorme significado estético, social e
político, do oficio teatral.
Esclarecendo da origem secular dos sinais de chamada para
a entrada em cena à surpresa, para
muitos, da simbologia original de "merda" como um vocábulo orgânico,
transmutado em metafórico signo comunicativo da missão universal do ator.
Ao invés de perder seu precioso tempo com estafantes
noticiários, sob o risco de ser abduzido por políticos enganosos, disfarçados
como burlescos farsantes, e que se julgam ungidos por forças celestiais,
alimente melhor sua corporeidade e faça crescer sua espiritualidade com estas
deliciosas viagens pelos espaços siderais da mente...
Wagner Corrêa de Araújo
Histórias do Porchat / Com Fabio Porchat. Em cartaz no Teatro Casa Grande, sextas e sábados às 20h; domingo, às 19. Até 29/agosto. |
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