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Com sua origem ancestral que remota à China (850-860 a.C),
este conto de fadas milenar chegou, pela transmissão oral, às clássicas versões
de Charles Perrault e dos Irmãos Grimm.
Passou pela ópera ( Rossini),
pelo balé (Prokofiev) e pelas
diversas adaptações cinematográficas (de Disney
a Kenneth Branagh).Inspirou, ainda, interpretações psicanalíticas e teses
antropológicas em torno de seu substrato matrilinear e feminista.
E foi priorizando a abordagem subliminar do conflito social pelo desejo da ascensão de
classes que o libreto de Douglas Carter Beane para a Cinderella (concepção de Rodgers&Hammerstein's para a tv americana-1957), que o musical
alcançou, finalmente, a Broadway (2013).
Aqui a Cinderella(Bianca
Tadini) ,vítima dos maus tratos da madrasta(Totia Meireles) e suas duas filhas
Charlotte(Raquel Antunes) e Gabrielle(Cristiana Pompeo), é resgatada, com a força de seu amor
humanístico, pelo Príncipe Topher( Bruno
Marchi).
Impulsionando-o, assim, na adesão às ideias de como melhor distribuir a renda entre seus vassalos,
apregoadas pelo camponês Jean Michel(Bruno Sigrist).
Com as metamorfoses mágicas da Fada Madrinha(Ivanna Domenyco),
Cinderella estimula, nas suas idas à
Corte, a conciliação política. Celebrada, enfim, por todos, cantando (e dançando),felizes para sempre.
Há envolventes performances musicais, desde o prólogo de
Bruno Narchi ( “Me, who Am I”) ao inspirado
solo de Bianca Tadini(“In My Own Little Corner”). Algumas das canções foram retomadas de outros
musicais da dupla Rodgers&Hammerstein's, mas sem quebrar jamais o fluxo da partitura original com seu perceptível apelo melódico.
O desenho das luzes de ambientação mágica(Maneco Quinderé /Mazefx),
a elegância aquarelada dos figurinos(Carol Lobato), a energia coreográfica
em especial nas valsas e gavotas(Alonso Barros) e o rico apuro do design cenográfico( Rogério Falcão) propiciam uma viagem
de sonho pelos espaços siderais da mente.
Numa tríade protagonista de craques (da exponencial Totia
Meireles aos encantadores Bruno Narchi e Bianca Tadini), sem esquecer o brilho
da tessitura vocal de Ivanna Domenyco, ao
lado das convictas atuações de Bruno Sigrist , Carlos Capeletti,Cristiana Pompeo e Raquel Antunes.
A tradução inteligente e intuitiva ( Claudio Botelho) faz a
direção(Charles Möeller) ecoar com intencional e rara exuberância cênica, numa trama sequencial
de surpreendente resultado dramatúrgico. Com a autenticidade de propósitos e de elementos estéticos de quem sabe como fazer bem um musical da Broadway.
CINDERELLA, O MUSICAL está em cartaz no Teatro Bradesco/Village Mall, Barra, sexta às 21h;sábado, às 16 e 20h;domingo, às 16h. 120 minutos. Até 4 de setembro.
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