AS CRIANÇAS : AMARGO ACERTO DE CONTAS EM PAISAGEM RADIOATIVA


FOTOS/VICTOR HUGO CECATTO

Até onde vai o senso e quando começa a culpa pelo descaso à preservação dos ecossistemas no paralelismo de uma corrida nuclear próxima da irreversibilidade pós-apocalíptica?...

Tematização de mais vasta abordagem no cinema que nos palcos, esta catástrofe sequencial dos experimentos atômicos tem prevalência ora de falha humana ora de trágica fenomenologia. Deixando sempre, como legado, o assombramento das zonas de exclusão e suas terminais radiações nucleares de longo alcance para quaisquer habitats.

E é a partir de similar factualidade que uma das mais destacadas vozes da nova geração dramatúrgica inglesa, Lucy Kirkwood, constrói a narrativa da peça As Crianças, estreada na Londres de 2016, quando a autora tinha completado seus trinta e dois anos, e, agora, na preciosa versão textual de Diego Teza. Em relato sobre um casal inglês de físicos aposentados que se recusa a deixar sua rústica residência à beira mar, nem tão longe assim de uma estação nuclear afetada por um sério acidente.

Com graves consequências regionais e iminente risco para os que continuam insistindo, na falta de possíveis saídas, em resistir no complexo do pós-desastre. E onde, sob aparente normalidade, tanto Dayse (Analu Prestes) como seu marido Robin (Mario Borges), embora cientes das limitações causadas à sua trajetória cotidiana, convivem com alimentos e água contaminada, além de temíveis cortes na rede elétrica.

Até serem surpreendidos pela visita, depois de quase quarenta anos, de antiga parceira da juventude e também cientista física Rose (Stela Freitas) configurando-se, aqui, como uma emissária de incomoda proposta e da cobrança de antigo e mal resolvido pesar amoroso. Acabando por colocar os três personagens no ringue de um perigoso duelo de postulações conceituais sobre as dubiedades egotistas de vidas sexagenárias e a morte anunciada da geração mais jovem afetada por hecatombes atômicas.

Numa progressão dramática, entre culpas radioativas e amargores afetivos, que enuncia uma textualidade instigante capaz, assim, de promover um abalo sísmico na teimosia absolutista do estarmos sempre voltados para nós mesmos, nada fazendo para amenizar os estragos dos erros civilizatórios na contemporaneidade.

Para reproduzir uma paisagem radioativa, a dúplice concepção (Rodrigo Portella e Julia Deccache) redimensionou a frugalidade do interior residencial na assumida praticidade de parcos elementos cênicos (mesa, cadeiras, dois lampiões frontais), além da simbológica aplicação de um detector Geiger de radiações.

Entronizada por um cavalo de balanço, com seu referencial mágico à titularidade da peça, em solo coberto de pedras fragmentadas sugestionando erosão. Sob sutilizadas mutações de efeitos luminares (Paulo Cesar Medeiros) incidindo sobre figurinos (Rita Murtinho) de singular coloquialismo no traçado indumentário dos papéis.

Encantamento no mais exacerbado grau é o que desvela a irreprimível performance de um elenco de craques em bravas e comoventes marcações expressivas, no entremeio de pausas e silêncios. E na entrega à envolvência de presencial fisicalidade (Marcelo Aquino), em acordes de trilha incidental (Marcelo H/Frederico Puppi), sob uma inventiva recriação de ondas marítimas por vozes atorais ao vivo.

Com Analu Prestes imprimindo exemplar veemência e instinto dramático à irredutibilidade acomodativa de Dayse, enquanto Stela Freitas insufla irradiante espontaneidade a um personagem (Rose) portador de tensão e de ironico ceticismo.

Contrastando com a polarização dos papéis femininos, Mario Borges, adequando-se com irrestrita maturidade à personalidade de Robin modulada na identificação entre a criança e o adulto, desloca o conflito de vontades das duas atrizes para um irreverente psicologismo de quem não conseguiu se desvencilhar dos segredos do passado.

E que o fio condutor de Rodrigo Portella explora, outra vez, com reveladora autoridade cênica, para decifrar um tema de contundente atualidade. A começar da explanação literal das rubricas no desmonte dos elos realistas e obrigando o espectador a sair de sua passividade contemplativa, em processo imersivo palco/plateia.

Manipulando, incisivamente, potencializados elementos tecnoartísticos na convergência de um teatro reflexivo, sintonizado em ameaça que paira sobre nós, através de imanente contextual estético com predestinação carismática de obra surpreendente e de necessária urgência.

                                          Wagner Corrêa de Araújo


AS CRIANÇAS está em cartaz no Teatro Poeira, de quinta a sábado, às 21h; domingo, às 19h. 100 minutos. Até 31 de março.

O CEGO E O LOUCO : REVELADORA DISSONÂNCIA ENTRE IRMÃOS


FOTOS/GUSTAVO WABNER

Você devia confiar a mim os seus problemas!! As pessoas que enxergam não sabem que as coisas mais importantes e decisivas na vida de um homem não podem ser vistas, então, em nada me atrasa ser cego!”...

Além das incursões literárias, Claudia Barral vem desenvolvendo um ofício autoral dramatúrgico, da Bahia, sua terra natal, para São Paulo, destacando-se, sobremaneira, por sua peça inicial O Cego e o Louco que lhe rendeu distinções, como uma elogiada versão roteirizada para a TV Cultura, em 2007.   

Chegando, agora, aos palcos cariocas, na dúplice performance de Alexandre Lino e Daniel Dias da Silva, sob o comando direcional/conceptivo de Gustavo Wabner. Configurando-se, ainda, no repertório da Lunática Companhia de Teatro, como primeira peça nacional, depois de sólidos textos de autores hispano americanos da atualidade.

Na aparente simplicidade de uma linguagem direta e de substancial aporte cotidiano, a progressão dramática desta encenação vai desvendando um imanente conflito afetivo na “convivência" de dois irmãos dividindo carências e sonhos sob um solitário teto.

Em que Nestor (Alexandre Lino), o primogênito, diante das agruras da escuridão diária de um cego, extravasa seu poder de domínio e submissão da personalidade mais intimidada de Lázaro (Daniel Dias da Silva).

Este, por sua vez, compensa os insistentes reclames do irmão sob a feliz expectativa da visita de uma vizinha. Ambos, enfim, incitando oprimidos desejos de uma difícil aproximação feminina, no limite de falazes promessas telefônicas.

No sugestionar este dia-a-dia de dois homens de idades não claramente definidas, identificando-se por laços sanguíneos/fraternais, a paisagem cenográfica (Sergio Marimba) imprime referências mobiliares/materiais de um tempo passado conexo a um figurino (Victor Guedes) quase à antiga.

Onde a cegueira alcança, no contraponto de um desenho luminar(Mantovaniluz) sombreado, efeitos estéticos de uma tela cinematográfica de qualquer destes clássicos do neo-realismo italiano. Ampliando-se na envolvência de um score sonoro (Tibor Fittel) com acordes nostálgicos ecoando de uma radio/vitrola, na culminância de simbiótica cena coreográfica (Sueli Guerra).

Contando, aqui, com uma dupla atoral afinada e integralizada no propósito de conferir autenticidade cênica e unidade interpretativa à representação.

Do equilíbrio entre a liberdade instintiva e a concentração sensorial/dramática que exige a personificação psicofísica  de um cego, na convicta performance de Alexandre Lino.

Como, também, na espontânea e dosada carga de  interiorização com que Daniel Dias da Silva preenche os contornos emotivos da timidez e da discrição de seu papel.

Provocando o espectador, colocado em estado de espera, para decifração da subliminar ambiguidade da trama dramatúrgica. Oculta sob a obviedade de um realismo acional mas sintonizada com um dimensionamento psicológico à beira de delirante subjetivismo.

Na fronteira artaudiana  da dubiedade do ser e do não ser de personagens sustentados entre a arte e a loucura, a artesanal conduta diretora de Gustavo Wabner sabe, enfim, como manter aceso o suspense de um jogo teatral vivo a caminho do inesperado...

                                        Wagner Corrêa de Araújo


O CEGO E O LOUCO está em cartaz no Sesc/Copacabana,(Sala Multiuso), de quinta a domingo, às 18h. 60 minutos. Até 27 de janeiro.

A IRA DE NARCISO : UM PACTO DE MENTIRA SOB ALQUÍMICA VISCERALIDADE


FOTOS/MARCELO ALMEIDA

O reflexo especular de Narciso nas águas de um rio numa fugaz pulsão amorosa e idólatra por sua própria imagem traduziria, isto sim, o eterno embate no difícil suporte da condição humana diante da adversidade de sua própria finitude.

Como no contraponto ao relato mitológico, pelo poeta grego Pausânias, de que o espelhar narcísico na sua feroz egolatria é, na verdade, a melancólica constatação de que ali está é a sua gêmea alma morta, contextualizada no arquétipo fatalista de todas as outras.

A ambiguidade de não sermos por estarmos para sempre condenados ao não ser da mortalidade, na coercitiva submissão do sentido de que só somos a partir da existência do outro. Ou do que ele vê em nós, como o testemunho de que apenas o oficio artístico configuraria um ato de desafio a este axioma empírico.

E é a partir desta constatação que, mais uma vez, o processo investigativo do dramaturgo franco-uruguaio Sergio Blanco é retomado, após a recente versão de Tebas Land em palcos cariocas. Agora, com A Ira de Narciso, em sua primeira montagem brasileira, com o protagonismo de Gilberto Gawronski e singularizadas intervenções físicas de Renato Krueger, sob comando diretorial de Yara de Novaes.

Dando continuidade ao que ele denomina de autoficção, a partir de classificação literária dos anos setenta, para experimentos linguístico/narrativos de relatos, simultaneamente, autobiográficos e ficcionais. E que Sergio Blanco assume numa leitura teatral que avança nos limites entre a verdade e a mentira, delírio e realidade, com perceptíveis nuances de mistério e suspense.

Onde este instigante jogo cênico, ao mesmo tempo, confunde, provoca e obriga o espectador a acionar seus mecanismos mentais de alerta contra a mera acomodação, pela significância de incisivo mergulho politico/filosófico na decifração da problemática da contemporaneidade.

Num realístico ou imaginário pretexto de contar a viagem de Sergio Blanco sendo Gilberto Gawronski a Ljubljana, na Eslovênia, para uma conferência autoral. Com o olhar armado no mito de Narciso, num desdobrar-se labiríntico/confessional entre ser o dramaturgo e o ator sendo, ao mesmo tempo, o narrador em primeira pessoa.

Ampliando suas vozes em propícias citações de Rimbaud e Heidegger a Deleuze, num discurso em compasso acadêmico subvertido no entremeio de passagens nuas e cruas sobre os excitantes encontros sexuais, em clima de aventura e risco, com Igor um jovem esloveno, entre um parque e o quarto de hotel. Conduzindo a investigações policiais logo após a descoberta de estranhos traços de sangue no carpete.

Dando alento ao pensar de Sergio Blanco - “a autoficção triunfa quanto mais engana", Yara de Novaes imprime irrestrita e enérgica conexão entre a textualidade (na apurada  versão de Celso Curi) e a performance, em tempo de desnudamento das fronteiras de busca do eu no outro.

Afinando-se, ainda, na funcionalidade estética dos elementos cenográficos (André Cortez) e na indumentária (Fábio Namatame),potencializados nas marcações luminares (Wagner Antonio) sugestionando ambiências de alegoria ou nas incidências alterativas de acordes bachianos e sonoridades percussivas (Dr. Morris).

Este conflito ambíguo da racionalidade e do fantasioso, em rica dialetação com o efêmero existencial e a perpetuidade pelo legado artístico, converge no carismático aporte sensorial, no dimensionamento psicológico e na presencial fisicalidade alcançada pela representação de Gilberto Gawronski.

Em espetáculo que impressiona tanto pelo senso crítico/reflexivo como pelo inusitado de seu conceitual dramatúrgico. Capaz de fascinar pelo investimento em novos caminhos e transcender-se, enfim, em bravo instante da gramática cênica.

                                              Wagner Corrêa de Araújo


A IRA DE NARCISO está em cartaz no Teatro Poeirinha/Botafogo, terças e quartas, às 21h. 100 minutos. Até 20 de fevereiro.

13º PRÊMIO APTR – ASSOCIAÇÃO DE PRODUTORES DE TEATRO : INDICADOS 2018


GRANDE SERTÃO : VEREDAS - COM SETE INDICAÇÕES. Foto by Roberto Pontes.

No dia 09 de abril  acontecerá, no Rio de Janeiro, a entrega do 13º Prêmio APTR contemplando os espetáculos e os profissionais de maior destaque na cena teatral carioca no ano de 2018.

No próximo dia 22, a Associação de Produtores de Teatro anunciará os indicados a melhor produção, prêmio especial e homenageados.

Segue abaixo lista dos indicados em cada categoria. “Grande Sertão: Veredas” é o líder de indicações, com sete no total. Empatados, logo atrás, estão “A Invenção do Nordeste”, “Elza” e “Romeu e Julieta”, cada um com seis nomeações.

O júri é formado por Bia Radunsky, Daniel Schenker, Lionel Fischer, Macksen Luiz, Maria Siman, Rafael Teixeira, Renata Magalhães, Rodrigo Fonseca, Tania Brandão, Wagner Corrêa e o colegiado do APTR.


– AUTOR

LEANDRO MUNIZ por A VIDA NÃO É UM MUSICAL – O MUSICAL
LEONARDO NETTO por A ORDEM NATURAL DAS COISAS
MARIANA LIMA por CÉREBROCORAÇÃO
PABLO CAPISTRANO E HENRIQUE FONTES por A INVENÇÃO DO NORDESTE
PEDRO BRÍCIO por O CONDOMÍNIO

– DIREÇÃO

BIA LESSA por GRANDE SERTÃO: VEREDAS
BRUCE GOMLEVSKY por UM TARTUFO
DUDA MAIA por ELZA
GUILHERME LEME GARCIA por ROMEU E JULIETA
QUITÉRIA KELLY por A INVENÇÃO DO NORDESTE
TADEU AGUIAR por BIBI, UMA VIDA EM MUSICAL

– CENOGRAFIA

BELI ARAÚJO E CESAR AUGUSTO por INSETOS
CAMILA TOLEDO COM COLABORAÇÃO DE PAULO MENDES DA ROCHA por GRANDE SERTÃO: VEREDAS
DANIELA THOMAS por ROMEU E JULIETA
DÓRIS ROLEMBERG por A ÚLTIMA AVENTURA É A MORTE
MATHIEU DUVIGNAUD por A INVENÇÃO DO NORDESTE

– FIGURINO

CLAUDIO TOVAR por O HOMEM DE LA MANCHA
JOÃO PIMENTA por DOGVILLE
JOÃO PIMENTA por ROMEU E JULIETA
MARIA DUARTE e MÁRCIA PITANGA por UM TARTUFO
NEY MADEIRA E DANI VIDAL por BIBI, UMA VIDA EM MUSICAL

– ILUMINAÇÃO

BINHO SCHAEFER E BIA LESSA por GRANDE SERTÃO: VEREDAS
FELICIO MAFRA por MEMÓRIAS DO ESQUECIMENTO
MARCELO LAZZARATTO por ILHADA EM MIM – SYLVIA PLATH
MONIQUE GARDENBERG E ADRIANA ORTIZ por ROMEU E JULIETA
RENATO MACHADO por ELZA

– MÚSICA

EGBERTO GISMONTI (MÚSICA) E DANY ROLAND (TRILHA SONORA) por GRANDE SERTÃO: VEREDAS
FELIPE STORINO E FÁBIO STORINO por A ÚLTIMA AVENTURA É A MORTE
FABIANO KRIEGER E GUSTAVO SALGADO (DIREÇÃO MUSICAL) E FABIANO KRIEGER E LEANDRO MUNIZ (MÚSICAS ORIGINAIS) por A VIDA NÃO É UM MUSICAL – O MUSICAL
PEDRO LUÍS, LARISSA LUZ E ANTÔNIA ADNET por ELZA
THEREZA TINOCO (MÚSICA ORIGINAL) e TONY LUCCHESI (ARRANJOS e DIREÇÃO MUSICAL) por BIBI, UMA VIDA EM MUSICAL

– ATOR EM PAPEL COADJUVANTE

CLAUDIO GALVAN por ROMEU E JULIETA
MATEUS CARDOSO por A INVENÇÃO DO NORDESTE
NILTON BICUDO por MOLIÈRE, UMA COMÉDIA MUSICAL DE SABINA BERMAN
ROBSON MEDEIROS por A INVENÇÃO DO NORDESTE
VITOR THIRÉ por VOU DEIXAR DE SER FELIZ POR MEDO DE FICAR TRISTE?

– ATRIZ EM PAPEL COADJUVANTE

ELENCO COADJUVANTE (KÉSIA ESTÁCIO, JANAMÔ, KHRYSTAL, LAÍS LACORTE, VERÔNICA BONFIM, JÚLIA TIZUMBA) por ELZA
GEORGETTE FADEL por MOLIÈRE, UMA COMÉDIA MUSICAL DE SABINA BERMAN
LUISA ARRAES por GRANDE SERTÃO: VEREDAS
STELLA MARIA RODRIGUES por ROMEU E JULIETA
STELLA MIRANDA por O FRENÉTICO DANCIN DAYS

– ATOR PAPEL PROTAGONISTA

BRUCE GOMLEVSKY por MEMÓRIAS DO ESQUECIMENTO
CAIO BLAT por GRANDE SERTÃO: VEREDAS
DANIEL DANTAS por O INOPORTUNO
JOÃO VELHO por A ORDEM NATURAL DAS COISAS
MATHEUS NACHTERGAELE por MOLIÈRE, UMA COMÉDIA MUSICAL DE SABINA BERMAN

– ATRIZ EM PAPEL PROTAGONISTA

AMANDA ACOSTA por BIBI, UMA VIDA EM MUSICAL
AMANDA LYRA por QUARTO 19
GISELE FRÓES por O IMORTAL
LARISSA LUZ por ELZA
MARIANA LIMA por CÉREBROCORAÇÃO

– ESPETÁCULO

BIBI, UMA VIDA EM MUSICAL
ELZA
GRANDE SERTÃO: VEREDAS
A INVENÇÃO DO NORDESTE
A ÚLTIMA AVENTURA É A MORTE

RENATO VIEIRA CIA. DE DANÇA – MALDITOS : O COMPROMISSO IDEOLÓGICO NA CORPOREIDADE


FOTOS/ ALBERTO MAURÍCIO

Fico atravessado nas gargantas e nas ruas / habitante das sarjetas e periferias / convivo com os imundos, impuros, renegados./ É com eles que me afirmo e não lamento,/ é deles a voz que dá alento e sentido ao meu canto belo/e sofrido/ à minha dança leve/e dolorida”.

A partir destes versos de Rodrigo Gerstner que inspiram o primeiro módulo do espetáculo coreográfico, titularizado Malditos, e contextualizam, assim, a trilha sonora de Felipe Storino, o bailarino/coreógrafo Bruno Cezario faz do solo “Fu” um instante de poesia e de susto diante do retrocesso que ameaça especialmente a livre criação artística brasileira.

Num contraponto critico à alma de um país em crise, ele entra em cena portando uma lança indígena. Como se estabelecesse pontes entre um signo arcaizante da formação pátria e a desconstrução da personalidade afetiva nacional através da intolerância e do não à inclusão das minorias.

Com uma malha em tons róseos, um cabelo black power e uma sandália de dourado glitter, sua identidade psicofísica e sua sexualidade sem amarras, se estabelecem entre pausas e silêncios.

Provocando os espectadores com um egocêntrico fone de ouvido que só ele escuta. Em incisivo recado à indiferença individualista do homem contemporâneo conectado/condenado, obsessivamente, à reclusão nas celas de seu universo virtual.

Numa aposta, aqui, de que a dança não é mera representação mimética da realidade mas expressão da verdade de seu tempo. Capaz sempre de traduzir o humano e o seu meio, na pulsão físico/emotiva do fazer de cada gesto coreográfico um ato transformador.

Missão inicializada, pela Renato Vieira Cia de Dança, a partir de uma trilogia questionadora que além de sua continuidade, agora, com Malditos, prosseguirá com outra obra para 2020. Sempre na busca de significativas tematizações da contemporaneidade, no entremeio de substantivo referencial crítico da poesia e da literatura.

E, desta vez, no substrato do inventário memorial de  sombrios anos por nós vividos, alertando sobre riscos censórios e a exacerbada onda preconceituosa, de perceptível proximidade do atual e controverso momento politico brasileiro.

Assim transparece a gênese do grito roqueiro de Janis Joplin na sua clássica versão de Summertime, a que Soraya Bastos, na sua tradução pelo movimento, imprime organicidade dionisíaca. Ou a essencialista entrega do elenco masculino a uma vigorosa plasticidade física em paisagem cênica escultórica, no suporte de potencial trilha com antológicos acordes do rock anos 70.

Enquanto em Fu  luzes invasivas (Binho Schaeffer) vazam  sobre o palco e sobre a plateia, alterativos efeitos luminares/visuais  pontuam ora passagens solarizadas com Soraya Bastos, ora estetizados recortes grupais, com a convicta representação dos bailarinos, em malhas negras e torsos nus, Felipe Padilha, Hugo Lopes e Wallace Guimarães.

Onde um sempre artesanal comando coreográfico e direcional de Renato Vieira faz com que Malditos abra em brilhante performance corporal, sem deixar de lado a postulação ideológica, a temporada 2019 de dança nos palcos cariocas.

                                            Wagner Corrêa de Araújo


MALDITOS, c/ a Renato Vieira Cia. de Dança, está em cartaz no Sesc Copacabana((Mezanino), de sexta a domingo, às 20h. 50 minutos. Até 27 de janeiro.

7º PRÊMIO BOTEQUIM CULTURAL - INDICADOS 2º SEMESTRE 2018



Em reunião ocorrida no dia 14 de janeiro de 2019, os jurados da 7ª edição do Prêmio Botequim Cultural de Teatro, composto por Gilberto Bartholo, Renato Mello, Sergio Fonta, Wagner Correa de Araújo e Zé Helou, realizaram as indicações dos artistas, criadores e espetáculos referente ao 2º semestre da temporada teatral de 2018.
A votação popular ocorrerá entre os dias 21 de janeiro até 18 de fevereiro no próprio portal do Botequim Cultural.
Os vencedores serão anunciados na cerimônia de premiação que ocorrerá no dia 20 de fevereiro no Teatro Firjan Sesi Centro e receberão a estatueta de bronze criada por Edgar Duvivier.
Cabe destacar que para estar habilitado foi preciso realizar até o dia 31 de dezembro o número mínimo de apresentações exigido no regulamento(link AQUI).
Mínimo de 8 apresentações, em caso de dias alternativos (2ªs,3ªs e 4ªs feiras), um mínimo de 12, se ocorrer em “dias nobres” (5ªs e 6ªs feiras, sábados e domingos), e 6 apresentações para espetáculos infantojuvenis.
Caso o espetáculo só tenha completado o número mínimo após 30 de junho(mesmo que tenha estreado anteriormente), sua habilitação e apreciação pelo júri  se dará somente no 2º semestre.


DRAMA/COMÉDIA

Melhor Espetáculo

– A Invenção do Nordeste
– Dogville
– Tebas Land

Melhor Direção

– Quitéria Kelly (A Invenção no Nordeste)
– Victor García Peralta (Tebas Land)
– Zé Henrique de Paula (Dogville)

Autor(Original/Adaptado)

– Henrique Fontes e Pablo Capistrano (A Invenção do Nordeste)
– Miriam Halfim (Meus Duzentos Filhos)
– Renata Mizrahi (O que é que ele tem?)

Ator

– Bruce Gomlevsky (Memórias do Esquecimento)
– Otto Jr. (Tebas Land)
– Robson Torinni (Tebas Land)

Atriz

– Ana Kfouri (Uma Frase Para Minha Mãe)
– Nena Inoue (Para Não Morrer)
– Yasmin Gomlevsky (Um Tartuffo)

TEATRO MUSICAL

Melhor Espetáculo

– 70? Divino Maravilhoso – Doc Musical
– A Noviça Rebelde
– Elza

Melhor Diretor

– Charles Möeller (A Noviça Rebelde)
– Duda Maia (Elza)
– Frederico Reder (70? Divino Maravilhoso – Doc Musical)

Melhor Autor(Original/Adaptado)

– Hugo Sukman e Marcos França (Com Amor, Vinícius)
– Marcos Nauer (70? Divino Maravilhoso – Doc Musical)
– Vinicius Calderoni (Elza)

Melhor Ator

– João Felipe Saldanha (Pippin)
– Rodrigo Naice (70? Divino Maravilhoso – Doc Musical)
– Tauã Delmiro (70? Divino Maravilhoso – Doc Musical)

Melhor Atriz

– Larissa Luz (Elza)
– Malu Rodrigues (A Noviça Rebelde)
– Soraya Ravenle (Isaura Garcia, o Musical)
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TEATRO INFANTOJUVENIL

Melhor Espetáculo

– Diário de Pilar na Grécia
– O Choro de Pixinguinha
– Tropicalinha

Melhor Direção

– Diego Morais (Tropicalinha)
– Isaac Bernat (A Rosa e a Semente)
– Sérgio Módena (O Choro de Pixinguinha)

Melhor Autor (Original/Adaptado)

– Ana Velloso e Vera Novello (O Choro de Pixinguinha)
– Diogo Magalhães, Helena Stewart, Isaac Bernat, Lucas Oradovschi, e Marina Bezze (Rosa e a Semente)

Melhor Ator

– Édio Nunes (O Choro de Pixinguinha)
– Orlando Caldeira (Tropicalinha)
– Pedro Monteiro (Diário de Pilar na Grécia)

Melhor Atriz

– Helena Stewart (A Rosa e a Semente)
– Mirian Freeland (Diário de Pilar na Grécia)
– Viviana Rocha (Diário de Pilar na Grécia).

ATOR/ATRIZ EM PAPEL COADJUVANTE(sem distinção de segmento)

Ator Em Papel Coadjuvante

– Du Machado (Senhora dos Afogados)
– Ney Piacentini (Lugar Nenhum)
– Nilton Bicudo (Molière, uma Comédia Musical)

Atriz Em Papel Coadjuvante

– Georgette Fadel (Molière, uma Comédia Musical)
– Nicette Bruno (Pippin)
– Selma Egrei (Dogville)

CATEGORIAS TÉCNICAS(sem distinção de segmento)

Direção Musical

– Gilson Fukushima (Molière, uma Comédia Musical)
– Jules Vandystadt (70? Divino Maravilhoso – Doc Musical)
– Pedro Luís (Elza)

Cenografia

– Marisa Bentivegna (Carmen)
– Doris Rollemberg (A Última Aventura é a Morte)
– José Dias (Senhora dos Afogados)

Figurino

– Bruno Perlatto (70 Divino Maravilhoso)
– João Pimenta (Dogville)
– Maria Duarte e Márcia Pitanga (Um Tartuffo)

Iluminação

– Fran Barros (Dogville)
– Rogério Wiltgen (Pippin)
– Russinho (Memórias do Esquecimento)

PRÊMIO ESPECIAL(Artista ou manifestação relevante ao cenário teatral carioca)

– Daniel Schenker, pela minuciosa pesquisa de preservação da memória teatral no livro “Teatro dos 4 – A Cerimônia do Adeus do Teatro Moderno”.
– Miguel Vellinho, pelo espetáculo “A Última Aventura é a Morte”, que se utiliza de uma linguagem inovadora, denunciando discursos extremistas presentes na sociedade contemporânea.
– Vem! Ágora, pela residência artística do Teatro Ipanema, revitalizando o espaço dignificando os 50 anos de existência e resistência, comemorados em 2018

PRÊMIO BRASIL MUSICAL: OS INDICADOS DA PRIMEIRA EDIÇÃO - 2018


PIPPIN/ Foto by Dan Coelho

O teatro musical brasileiro tem, agora, uma premiação de abrangência nacional, o Prêmio Brasil Musical. As categorias, desta vez, fogem do referencial circuito Rio-São Paulo alcançando, em proposta inédita, as criações de outras regiões. São 27 categorias, com destaque nesta 1ª edição, dos musicais “Pippin”, com 18 indicações, “Romeu + Julieta”, com 14, e “Bibi – Uma Vida em Musical”, com 13.

O Júri, com participação por regiões, tem a seguinte formação:

Belém, PA : Guál Dídimo (Diretor e Produtor), Tiago de Pinho (Ator e Produtor). Belo Horizonte, MG : Beto Sorolli (Revolução Vocal), Fernando Bustamante (Ator e Produtor). Curitiba, PR: Ricardo Bührer (Produtor e Versionista), Giovana Póvoas (Atriz e Dançarina), Débora Bergamo (Diretora). Florianópolis, SC : Marco Audino (Diretor e Professor de Teatro). Fortaleza, CE : André Gress (Diretor e Produtor), Daniel Marinho (DM Versões), Juliana Saraiva (Diretora e Produtora). Macapá, AP: Cayton Farias (Ator e Produtor). Manaus, AM: Matheus Sabbá (Ator e Diretor). Natal, RN: Danielle Galvão (Atriz e Produtora), Eduardo Zayit (Ator e Produtor). Porto Alegre, RS: Cíntia Ferrer (Atriz e Produtora), Cynthia Geyer (Musicista e Produtora). Recife, PE : Gabriel Lopes (Ator e Produtor). Rio de Janeiro, RJ: Alex Silva (Musical.Rio), Cláudio Martins (A Broadway É Aqui!), Gilberto Bartholo (O Teatro me Representa), Leandro Terra (Ator e Produtor), Leonardo Torres (Teatro em Cena), Marcelo Aouila (Aouila no Teatro), Paulo Fernando Góes (Incitarte), Thomaz Brasil (Broadway_Brasil), Wagner Correa de Araujo (Escrituras Cênicas). São Paulo, SP: Ali Hassan Ayache (Ópera & Ballet), Édipo Regis (A Broadway É Aqui!), Filipe Vicente (Setor VIP), Ligia Paula Machado (Atriz e Produtora), Rafael Oliveira (Musical em Bom Português).
"O mercado de teatro musical está em ascensão, porém isso está ocorrendo de forma desigual em nosso país por questões econômicas e socioculturais que conhecemos bem. O Rio, por exemplo, é o segundo estado que mais produz musicais e mesmo assim não tem uma premiação sequer voltada exclusivamente para isso. Se a gente elevar essa situação a nível nacional, para as iniciativas menores e fora do eixo Rio-São Paulo, ser indicado a um prêmio é um sonho distante. Daí a necessidade de um novo prêmio para preencher esta lacuna existente na cena teatral nacional quando o assunto é musica".
                                                (Thomaz Brasil, idealizador do prêmio).

ROMEU + JULIETA/ Foto Caio Galluci
OS INDICADOS

Melhor Musical
Bibi: Uma Vida Em Musical
Elza
O Fantasma da Ópera
Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812
Pippin
Romeu + Julieta

Musical Carioca
Bibi: Uma Vida Em Musical
Elizeth, a Divina
Elza
Pippin
Romeu + Julieta
A Vida Não É Um Musical

Musical Paulista
Carmen, a Grande Pequena Notável
O Fantasma da Ópera
Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812
A Pequena Sereia
Peter Pan
tick, tick… BOOM!

Musical Original
Bibi: Uma Vida Em Musical
Dona Ivone Lara
Elza
Romeu + Julieta
A Vida Não É Um Musical

Musical Adaptado
[nome do espetáculo]
Dançando no Escuro
Pequena Miss Sunshine
Pippin
Yank!

Musical Infantil
O Choro de Pixinguinha
Isaac no Mundo das Partículas
Malala, a Menina Que Queria ir para a Escola
Thomas e as Mil e Uma Invenções
Tropicalinha

Sucesso de Público*
[nome do espetáculo]
Dançando No Escuro
Deixa Clarear
Godspell
A Noviça Rebelde
Rapsódia, o Musical
Suassuna
Yank!

Musical em Tour*
Chaplin
Cinderella
Elza
O Musical Mamonas
Romeu + Julieta
O Som e a Sílaba
Suassuna
Vamp, o Musical

Melhor Ator
Bruno Fraga (O Frenético Dancin’ Days)
Chris Penna (Bibi: Uma Vida em Musical)
Diogo Vilela (Cauby! Cauby! Uma Lembrança)
Thelmo Fernandes (A Vida Não É Um Musical)
Thiago Machado (Romeu + Julieta)

Melhor Atriz
Amanda Acosta (Bibi: Uma Vida em Musical)
Daniela Fontan (A Vida Não É Um Musical)
Izabella Bicalho (Elizeth, a Divina)
Larissa Luz (Elza)
Totia Meireles (Pippin)

Melhor Ator Coadjuvante
Claudio Galvan (Romeu + Julieta)
Guilherme Logullo (Pippin)
Leo Bahia (Bibi: Uma Vida em Musical)
Luiz Felipe Mello (Pippin)
Marcelo Nogueira (A Vida Não É Um Musical)

Melhor Atriz Coadjuvante
Adriana Garambone (Pippin)
Cristiana Pompeo (Pippin)
Nicette Bruno (Pippin)
Stella Miranda (O Frenético Dancin’ Days)
Stella Maria Rodrigues (Romeu + Julieta)

Melhor Ator/Atriz Revelação*
André Frateschi (Natasha, Pierre e o Grande
Cometa de 1812)
André Pottes (Avesso)
João Felipe Saldanha (Pippin)
Lais Lacorte (Elza)
Larissa Luz (Elza)
Lina Mendes (O Fantasma da Ópera)
Marina Malfacini (Pequena Miss Sunshine)
Vitor Rocha (Cargas D’Água)

Melhor Alternate/Cover*
Bel Lima (cover de Fastrada em Pippin)
Bruno Narchi (cover de Romeu em Romeu + Julieta)
Fred Silveira (cover de Fantasma da Ópera em O Fantasma da Ópera)
Giulia Nadruz (alternate de Christine em O Fantasma da Ópera)
João Felipe Saldanha (cover de Pippin em Pippin)
Lara Suleiman (cover de Susan em tick, tick… BOOM!)
Raquel Paulin (cover de Christine em O Fantasma da Ópera)
Willian Sancar (alternate de Sebastião em A Pequena Sereia)

Melhor Ensemble
70? Década do Divino Maravilhoso
Bibi: Uma Vida em Musical
Elza
O Frenético Dancin’ Days
Pippin
Romeu + Julieta

Direção
Charles Möeller (Pippin)
Duda Maia (Elza)
Guilherme Leme Garcia (Romeu + Julieta)
João Fonseca & Leandro Muniz (A Vida Não É Um Musical)
Tadeu Aguiar (Bibi: Uma Vida Em Musical)

Texto Original
Artur Xexéo & Luanna Guimarães (Bibi: Uma Vida Em Musical)
Elísio Lopes Jr. (Dona Ivone Lara)
Gustavo Gasparani & Eduardo Rieche (Romeu + Julieta)
Leandro Muniz (A Vida Não É Um Musical)
Vinícius Calderoni (Elza)

Trilha Original
Alexandre Amorim, Guilherme Menezes & Matheus Boechat (O Primo da Califórnia)
Fabiano Krieger & Leandro Muniz (A Vida Não É Um Musical)
Tauã Delmiro (O Anti-Musical)
Thereza Tinoco (Bibi: Uma Vida Em Musical)
Tony Lucchesi (Sonho de Uma Noite de Verão)

Versão Brasileira
Bruno Camurati (Pequena Miss Sunshine)
Caio Scot, Carol Berres, Junio Duarte, Luisa Vianna & Tauã Delmiro ([nome do espetáculo])
Claudio Botelho (Pippin)
Marcelo Frankel & Juliane Bodini (Dançando no Escuro)
Menelick de Carvalho & Vitor Louzada (Yank!)

Cenário
Daniela Thomas (Romeu + Julieta)
Gringo Cardia (O Frenético Dancin’ Days)
Natália Lana (Bibi: Uma Vida Em Musical)
Natália Lana (70? Década do Divino Maravilhoso)
Rogério Falcão (Pippin)

Coreografia
Alonso Barros (Pippin)
Jacqueline Motta & Deborah Colker (O Frenético Dancin’ Days)
Sueli Guerra (Bibi: Uma Vida Em Musical)
Toni Rodrigues (Romeu + Julieta)
Victor Maia (70? Década do Divino Maravilhoso)

Figurino
Bruno Perlatto (70? Década do Divino Maravilhoso)
Fernando Cozendey (O Frenético Dancin’ Days)
João Pimenta (Romeu + Julieta)
Luciana Buarque (Pippin)
Ney Madeira & Dani Vidal (Bibi: Uma Vida Em Musical)

Musical Centro-Oeste*
O Corcunda de Notre Dame (Claude Debussy) (Brasília, DF)
Legalmente Loira (Empório Cultural) (Brasília, DF)
Mamma Mia! (Empório Cultural) (Brasília, DF)
Maré Cheia (Brasília, DF)
Peter Pan (Claude Debussy) (Brasília, DF)

Musical Nordeste*
Bye Bye Natal (Natal, RN)
Ceará Show (Fortaleza, CE)
Godspell (The Biz) (Fortaleza, CE)
Mamma Mia! (Vertu) (São Luís, MA)
Peixe Grande (TheBiz) (Fortaleza, CE)


BIBI - UMA VIDA EM MUSICAL/Foto Guga Melgar

CONTATO / LINK DE VOTO POPULAR

Os vencedores das categorias serão definidos de duas maneiras: parte por votação do júri e outra parte por votação popular*. As categorias abertas ao público já estão recebendo os votos. Para participar, procure o seguinte canal:
bit.ly/PBM_VotoPopular
Os vencedores serão revelados pela Internet entre os dias 2 e 3 de fevereiro.

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