TEATRO GUAÍRA – 140 ANOS : LIVRO DOCUMENTA OS INESTIMÁVEIS SERVIÇOS PRESTADOS ÀS ARTES CÊNICAS, CONECTANDO CURITIBA AO UNIVERSO CULTURAL BRASILEIRO

 

Balé Teatro Guaíra / Romeu e Julieta. Luiz Fernando Bongiovanni/Concepção Coreográfica. Junho/2025. Maringas Maciel / Fotos.



Quem poderia imaginar que aquele despretensioso espaço inaugurado em Curitiba, 1884, sob a denominação de Theatro São Theodoro, se transformaria num dos maiores centros culturais brasileiros, com atuação valorosa, por quase um século e meio, de especial incentivo às artes cênicas e musicais.

Incluindo seus corpos estáveis (Balé Teatro Guaíra e Orquestra Sinfônica do Paraná), além de receber em seus dois palcos (Guairão e Guairinha) as mais diversas manifestações teatrais, musicais e coreográficas Brasil afora e além fronteiras. Não podendo deixar, também, de ressaltar suas atividades de ensino artístico.

Na minha trajetória de jornalismo cultural acompanho as atividades da Fundação Teatro Guaíra, desde os anos 80/90, a partir das coberturas anuais do Festival de Teatro de Curitiba, com matérias especiais para o Caderno 2.

Programa que idealizei e dirigi durante quase cinco anos para a antiga TVE/RJ, quando tivemos o privilégio de sempre cobrir o referido Festival em sua integridade incluindo, também, as suas noites especiais na Grande Sala do Teatro.

Mas foi a partir da passagem aos anos 2000, quando o Balé Teatro Guaíra passou a ser dirigido pela saudosa jornalista e crítica Suzana Braga, que fizemos uma proposta à emissora para realizar documentários e especiais com uma hora de duração. O primeiro deles Balé Teatro Guaíra 30 Anos como um tributo à sua original formação, em 1969, como Corpo de Baile da Fundação Teatro Guaíra.


Balé Teatro Guaíra / O Segundo Sopro. Roseli Rodrigues/Concepção Coreográfica. Junho/2019. Maringas Maciel/Fotos. 


Onde duas coreografias - Tango e O Segundo Sopro - assinadas respectivamente pelo argentino Eduardo Ibañez e pela brasileira Roseli Rodrigues – simbolizaram a adoção definitiva para a Cia curitibana de dança do título abrasileirado de Balé Teatro Guaíra.

Tendo a criação original de Roseli Rodrigues (então conhecida como a diretora/coreógrafa do Grupo Raça/SP) rapidamente se tornado um fenômeno midiático pelos efeitos com águas que caiam, tal como uma chuva, sobre o palco e os bailarinos, em expressivo contraponto técnico e gestual, na cena final da obra.

No ano seguinte, o empenho artístico de Suzana Braga levou à retomada, em novo dimensionamento cênico/musical e coreográfico, de uma das mais emblemáticas obras originais do repertório da Cia – o Grande Circo Místico – depois do português Carlos Trincheiras e desta vez pelo argentino Luis Arrieta. 

O que a transformou em outro momento marcante do Balé Teatro e também sendo tema, com seu registro completo e depoimentos da equipe de criação, do segundo documentário televisivo sob nossa responsabilidade direcional.

Depois, em datas mais recentes, estivemos mais de uma vez nas temporadas do Balé Teatro Guaíra, não mais com uma proposta de documentação fílmica, mas já no exercício da crítica sobre artes cênicas (Dança, Teatro, Ópera e Musicais) por intermédio do blog autoral www.escriturascenicas.com.br

Enfocando, então, os projetos coreográficos das direções de Pedro Pires e de Luiz Fernando Bongiovanni, para este último comentando, sob análises críticas, suas criações dos últimos anos, de Carmen a Romeu e Julieta. Esta conferida no Grande Teatro do Palácio das Artes (BH) em julho de 2025 e, já dentro do projeto da revista virtual francesa danse.org na coluna Brazil Dance Reviews que ali assinamos, passando a integrar o inédito acervo coreográfico da Bibliothèque Nationale de France.

E foi por um destes felizes acasos do destino que tivemos a surpresa de reencontrar ali personalidades artísticas já conhecidas de tempos idos e tão queridas, desde o coreógrafo Luiz Fernando Bongiovanni ao cenógrafo Cleverson Cavalheiro, hoje à frente do Centro Cultural Teatro Guaíra.  

Chegando, assim, a este livro tão precioso que tem no seu preambulo oportunas palavras (pelo múltiplo talento de Edson Bueno) podendo, quem sabe, servir afinal de especular reflexão no entorno disto tudo como : “Um milagre de comunicação onde todos acreditam que a arte é todo o sentido da existência”...

                                                                                                                   

                                              Wagner Corrêa de Araújo

                                            

Este livro (Teatro Guaíra - 140 Anos) surgiu de iniciativa do Centro Cultural Teatro Guaíra, através de seu Diretor - Presidente Cleverson Cavalheiro, com pesquisa e redação de Áldice Lopes e Zeca Corrêa Leite, sob caprichosa seleção e tratamento de imagens por Adalberto Camargo, completando-se no apoio de Luciana Casagrande Pereira, atual Secretária de Estado da Cultura do Paraná

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